Foto: Reuters / Sérgio Moraes

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

ENTREVISTA EXCLUSIVA da cineasta e documentarista Geysa Chaves sobre o documentário "Ocupação" e "Se eu não tivesse amor"







André Silva - blog "Questão de Segurança Pública"


Em entrevista exclusiva concedida ao blog "Questão de Segurança Pública", a cineasta e documentarista Geysa Chaves fala sobre os documentários em fase de produção ,"Ocupação" e "Se eu não tivesse amor", e sobre os planos futuros de escrever um livro e produzir um longa de ficcão.

Advogada e estudante de Direção de Cinema da Escola de Cinema Darcy Ribeiro - Instituto Brasileiro do Áudiovisual, Geysa Chaves, que mora no Rio de Janeiro, aborda em seu trabalho "Ocupação" a falta de continuidade dos programas sociais após a ocupação da favela Tavares Bastos pelo Batalhão de Operações Especiais da PMRJ (Bope) que tem privado aquela comunidade de melhoria na qualidade de vida, oportunidades e dignidade.

O documentário "Se eu não tivesse amor" é uma bela abordagem sobre a realidade de cinco mulheres que cumprem pena no presídio Talavera Bruce no Rio de Janeiro. Geysa debate a questão da ressocialização, do preconceito e da valorização dos ser humano atravéz de uma abordagem humanizada da vida dessas personagens reais.

A cineasta também fala do projeto de escrever um livro e produzir um longa de ficção sobre o documentário "Se eu não tivesse amor" e diz estar aberta a propostas de EDITORAS para o livro e de TV´s abertas, fechadas para o documentário e produtores para o futuro longa de ficção.


André Silva: O que é o “Cinema Social”?

Geysa Chaves:
Na minha visão, é discutir temas sociais a partir do audiovisual. Existem temas que pela própria natureza os governos e a sociedade muitas vezes fingem quem não existem, então trazer tais temas à evidência é importante para as pessoas de uma maneira geral procurar fazer uma reflexão sobre eles e exigir mudanças de postura.

André Silva: O seus dois documentários “Ocupação” e “Se eu não tivesse amor” focam as questões sociais, a partir de quem momento você decidiu enquanto cineasta investir no Cinema Social e por que?

Geysa Chaves: Minha preocupação é com assuntos atuais. Assuntos que estão dia a dia no noticiário. Contudo, às vezes as mídias, em função do compromisso com a audiência, divulgam tais informações de uma maneira tendenciosa, e por isso acho importante que as pessoas possam conhecer os dois lados.

André Silva: Uma mulher á frente de uma equipe subindo em uma favela, ainda que considerada segura, e entrar em um presídio feminino para produzir um documentário, na sua opinião, representa uma conquista de espaço quanto às questões sociais das mulheres como um todo? Houve alguma dificuldade durante a produção dos dois documentários que você atribuiria ao preconceito de gênero?

Geysa Chaves: Acho que a mulher ainda é muito tímida. Sempre fui buscar a realização dos meus ideais. Nunca olhei se era mais propenso a homens. No caso desses dois trabalhos, não enfrentei qualquer tipo de preconceito, até porque na TAVARES BASTOS - QG do BOPE/RJ, muitas matérias já foram realizadas lá para TV´s do Brasil e do exterior e muitas as entrevistadoras em vários casos eram mulheres.

Quanto ao presídio, a minha experiência como advogada (embora eu nunca tenha atuado na área criminal) me ajudou muito. Por ser advogada e conhecer meus direitos fui menos hostilizada por funcionários da unidade, mas não escapei de pressão psicológica, tanto que em função de determinado abuso de autoridade tive que representar contra dois funcionários junto a Secretária de Estado de Administração Penitenciária e a Corregedoria local. Depois disso entendi porque só existem filmes de ficção acerca de temas relacionados a presídios. Documentários, se existem são poucos, mas desconheço, acho que não tem.

André Silva: Como surgiu a idéia de fazer o documentário “Ocupação” e o que pretende discutir?

Geysa Chaves: Fala-se muito em UPP´s – Unidade de Polícia Pacificadora. O Governo do Estado em 2009 lançou uma campanha em vídeo em que a polícia subia o morro correndo com a viatura e em seguida ocorria uma fusão de imagens com a realização de obras e o povo sorrindo, seguindo-se da imagem do policial no topo do morro sorrindo.

A leitura é: polícia invade, ocorrem obras e melhorias, povo feliz e polícia no topo, mandando.
Com base nisso resolvi visitar a TAVARES BASTOS – QG do BOPE/RJ que é a OCUPAÇÃO mais antiga e realizada no Governo ANTONY GAROTINHO.

A ocupação data de 09 anos, e depois disso, o único braço do Estado lá é a polícia, o BOPE, mas não tem 1 posto de saúde, não tem nenhuma escola municipal ou estadual, em fim, não tem nada e são 6.800 moradores.

Acho que seria legal o povo saber disso antes da eleição.

André Silva: No documentário “Ocupação”, você levanta questão da não continuidade das políticas sociais após a ocupação permanente da favela Tavares Bastos pelo Bope, como você avalia os efeitos dessa falta de continuidade na comunidade?

Geysa Chaves: Decepção. O morador sabe que a questão é política e se sente usado pelos políticos que sempre prometem e não cumprem nada. Essa consciência de que os políticos são sem caráter é forte lá. O morador mais velho já perdeu a esperança e o morador jovem sonha que ainda pode haver mudanças, mas também acha meio utópico sua forma de pensar, ante a tudo o que vê.

André Silva: O documentário “Ocupação”, que levanta questões sobre as políticas públicas não implementadas após pacificação com a instalação de um batalhão do Bope dentro do favela Tavares Bastos, traz um alerta sobre as Unidades de Polícia Pacificadora. Na sua opinião o que deveria ser feito para que as Unidades de Polícia Pacificadora não se torne somente mais uma política de ocupação?

Geysa Chaves: A experiência com o BOPE deu muito certo. A população local nem pensa na possibilidade do BOPE sair de lá, porque sabe que se eles saírem no dia seguinte volta o tráfico.

Contudo, existem lá projetos privados que chegaram a comunidade através do BOPE, por ser uma polícia respeitada, a mais respeitada, ou a única respeitada pela massa no RJ, então os jovens, as crianças ainda tem alguma coisa para fazer, como artes marciais, onde um policial do BOPE dá aula para os jovens e crianças.

A comunidade também recebe ajuda do BOPE em emergências médicas, e em função dessa ocupação do BOPE que gerou tranqüilidade, a comunidade passou a ser referência de locação para cinema nacional e internacional e também TV.

Lá foram filmados O INCRÍVEL HULK; A LEI E O CRIME; XUXA; VIDAS OPOSTAS, força tarefa, clipe do SNOOP DOG, e outros. Em função disso já teve projeto privado de escola de cinema com patrocínio da PETROBRÁS e também tem uma escolinha de VOLEY do BERNARDINHO com apoio do BANCO DO BRASIL, mas nada vindo do Governo do Estado, e isso tudo dito pelos próprios moradores.

Não adianta só a UPP. Para que a vida do morador de comunidade seja mudada é necessário investimento público em educação, cultura e toda área social, em especial oportunidades de trabalho dentro e fora da comunidade. Se não houver isso, o bandido sai de lá e vai aterrorizar em outro lugar. A polícia se instala e a vida do morador não muda, só passam a ter a garantia do sossego apenas.

André Silva: Após vários contatos com moradores da favela Tavares Bastos, na sua opinião, qual foi a percepção deles quanto a política de ocupação com a implantação do batalhão do Bope e a não continuidade das demais políticas sociais?

Geysa Chaves: Há quem goste do BOPE e há quem não goste. Quem não gosta é porque não gosta de ter que dar satisfação a ninguém, isto é, quer uma liberdade além dos limites de conivência social normal. Mas a maioria ver a presença do BOPE lá como fundamental, se orgulham disso, de viver numa favela tranqüila onde podem dormir com janelas abertas, etc. Mas lamentam o fato do Estado e da Prefeitura não fazer nada por eles em termos de saúde, educação e cultura. Se sentem abandonados pelo poder público. É a mais perfeita definição dos DOIS MUNDOS que falo na narrativa do documentário.

André Silva: Como surgiu a idéia de fazer o documentário “Se eu não tivesse amor” que retrata o drama e os conflitos vividos a por cinco mulheres que cumprem pena no presídio Talavera Bruce no Rio de Janeiro?

Geysa Chaves: Vinha acompanhando notícias quase que diárias de mulheres sendo presas porque o namorado, marido ou companheiro era do mundo do crime, e as mulheres eram envolvidas nos crimes dos mesmos.

Passado um tempo, fui convidada por um pastor evangélico para ir num evento nessa unidade prisional ver o trabalho dele de evangelização com elas.

Chegando lá, me surpreendi com uma cadeia que nunca me mostraram, com fábricas, cursos, escola de primeiro e segundo grau e acesso ao vestibular/ENEM, reunindo todas as condições de ressocialização do detento. Não havia superlotação. As celas são individuais, e as poucas coletivas são para 8 ou 32 detentas, mas cada uma com sua cama e suas coisas pessoais.

PENSEI: Por que ninguém jamais mostrou isso tudo?

Passei a ir algumas outras vezes com ele e resolvi registrar tudo numa espécie de diário que vai virar livro.

Quando decidi que queria mostrar aquele tipo de cadeia, pense: Quero contar essa história, mas preciso de personagens porque não posso falar só da cadeia porque senão é uma mera reportagem.

Decidi que o foco dramático seria mulheres que foram condenadas em função dos relacionamentos amorosos com homens do mundo do crime, já que conversando com 10 mulheres, 9 se diziam lá em função dos crimes desses homens.

André Silva: Você escolheu cinco mulheres como personagens do documentário “Se eu não tivesse amor”. Quais foram os critérios que fizeram dessas mulheres personagens?

Geysa Chaves:

1 – Mulheres fortes, dispostas a contar suas histórias para seus futuros espectadores ou telespectadores sem se fazer passar por coitadinhas, assumindo seus atos;

2- Mulheres bonitas, fora do esteriótipo de cadeia, para que a sociedade possa se identificar com elas e assim prestar atenção no problema social vivido por essas moças, e por muitas outras que não estão presas, ainda;

3 – Moças que fossem capazes de convencer pelas próprias histórias e comportamento na prisão, que todo ser humano merece nova oportunidade, e que são capazes de mudar, mas dependem da oportunidade dada pela sociedade.

André Silva: No seu documentário “Se eu não tivesse amor”, você realizou uma abordagem humana, que valorizasse as mulheres e não os seus crimes. Na sua opinião, o que mais dificulta quanto a ressocialização?

Geysa Chaves: O preconceito da sociedade. Por não dar oportunidades ao detento ou ao ex-detento, a sociedade criou para essa população uma pena de prisão perpétua que a nossa Constituição da República não estabeleceu.

Embora Constituição diga que “não há pena sem prévia cominação legal”, a sociedade condena essa população carcerária a terminar os seus dias no cárcere. Sim, porque se você não dá oportunidades de uma nova inserção social, o que a pessoa que já tem uma espécie de rótulo eterno de ex-presidiário vai fazer da vida?

Enquanto esse preconceito não for quebrado, essa ressocialização se torna mais difícil. Valorizar mais o ser humano que o crime nesse documentário faz a sociedade ver de forma diferente. O fato delas serem bonitas e novas também faz a sociedade ter interesse em ajuda-las e entender seus problemas. Quebra esse esteriótipo de população carcerária faz quebrar um pouco do preconceito.

Veja a campanha do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Eles também saíram do esteriótipo de cadeia senão as pessoas desligam a TV na hora do comercial ou mudam de canal.

André Silva: No seu blog (www.geysachaves.blogspot.com) você registra momentos em que as detentas participaram de concursos de beleza, desfiles e seção de fotos. O que o documentário “Se eu não tivesse amor” pretende dizer nessa abordagem humanizada?

Geysa Chaves: Esse bloco será o da ressocialização. Pretendo que as pessoas entendam com isso que valorizar a auto-estima do preso é fazer dele uma pessoa melhor, que se sente valorizada, amado, respeitado em sua dignidade. Eles já foram julgados e estão lá cumprindo suas penas. Ajudar a se sentirem como seres humanos normais como outro qualquer, que são, faz com que o preso tenha vontade de provar para a sociedade que ele é capaz de mudar, que se arrepende de seu erro, mas que quer uma oportunidade.

No dia do ensaio fotográfico eu tive uma das meninas que chorou demais. Ela nunca havia usado uma roupa nova, sempre coisa usada. Jamais pode imaginar que justamente na cadeia, um dia entraria num casaco de pele VERSACE com uma bota Fórum que também foi recentemente usada pela atriz TAÍS ARAÚJO em campanha publicitária.

André Silva: Quanto aos problemas e imagem do Sistema Penitenciário Brasileiro e dos dententos, desenvolver um trabalho no presídio Talavera Bruce/RJ foi uma quebra de preconceito para a Geysa?

Geysa Chaves: Um dos filmes que mais adoro é CARANDIRÚ. Ele trás de uma forma magnífica e real o lado sórdido da cadeia. Mesmo numa cadeia tranqüila, sem super lotação e com a garantia de dignidade ao preso, como é o Talavera Bruce, esse lado sórdido existe, mas é disfarçado. No início você não sabe quem é quem, mas depois, se você for uma pessoa ligada logo percebe de onde partem certas pressões e por que.

Na minha cabeça, cadeia era lugar sujo, lotado, lugar de gente que não faz nada e só trama coisa contra os cidadãos, mas depois desse trabalho tive que rever meus conceitos.

Hoje quando passo num sinal de trânsito e vejo um jovem vendendo balas, penso que por trás daquele jovem existe uma mãe da LUCIANA.

Hoje quando vejo alguém falando que o preso faz isso ou aquilo, penso que um ser humano que é tratado como bicho é difícil sair de lá e não descontar toda humilhação em alguém aqui fora, mesmo que essa pessoa não tenha culpa de nada e sequer imagine o que ele passou lá. Isso é uma forma de punir o Estado e a população é que paga com a vida na maioria das vezes.
Penso que todo o trabalho realizado pelo JUDICIÁRIO e pela SECRETARIA DE ADM PENITENCIÁRIA será em vão, se não prepararem psicologicamente funcionários do sistema carcerário para trabalhar com o preso. Poucos são preparados. Só humano pode trabalhar nessa função. HUMANO.

André Silva: Quanto ao projeto de escrever um livro sobre o documentário “Se eu não tivesse amor”, como surgiu a idéia e qual é a proposta do livro?

Geysa Chaves: Em 1h ou 1h e 10 min não dá para você contar essas histórias e revelar tudo. Por isso resolvi fazer o livro.

O livro começa com o por que do documentário, passa pelas histórias delas, que por serem densas e grandes não vai dar pra mostrar tudo no documentário e também fala das filmagens, as dificuldades encontradas, de outras histórias que não estão no filme mas que conhecemos no presídio. Fala muita coisa.

O livro serviu de base para um roteiro de longa de ficção baseado em fatos reais. É o próximo projeto.

N documentário procurarei colocar as imagens que não vou dramatizar no longa de ficção no futuro, e que as pessoas só terão conhecimento lendo o livro e imaginando como será o filme que pretendo captar recursos públicos e privados e outras parcerias para filma-lo no futuro.

Depois que finalizar o documentário e o livro começo a mexer no roteiro de ficção que já está registrado, mas pretendo alterá-lo com a colaboração de um roteirista mais experiente em ficção.


*TRECHOS DA ENTREVISTA COM JENNIFER CLAUDE SALAGNAC


“...De repente, entrou uma moça loura e muito bonita porta a dentro. Ela estava com um uniforme verde e uma bota branca tipo bota de pião que tira leite de vacas. É o uniforme da padaria em que trabalha dentro da Unidade Prisional Talavera Bruce. Essa padaria produz o pão consumido por todo o sistema carcerário do Estado.


O que me chamou a atenção é que ela estava com os cílios bem maquiados com máscara de cílios (rímel) preta e pó facial que deixavam suas bochechas mais rosadas, mais bronzeadas.

Ela me disse que nasceu no MARROCOS, mas foi para a FRANÇA com 01 ano de idade e que seus pais são franceses. Ela é francesa, então.

Fiquei surpresa porque ela em tão pouco tempo fala muito bem o português. Aliás, todas as presas do pavilhão das estrangeiras aprendem a falar rapidamente o português...”

TRECHOS DA ENTREVISTA COM DIONE NORMANDO PIRES

“...Quando soube das sentenças, inicialmente caiu em depressão, quis se matar, se mutilou, mas depois virou bicho. Era muito rebelde e queria realmente virar o bicho que a polícia lhe taxou. Já dentro do presídio, em regime de cumprimento de penas, quis realmente ser a LOURA**, a chefe do bando, então tatuou no Cóccis uma AK-47, símbolo do 157 (assalto a mão armada), “bonde” (comboio de carros roubados com bandidos armados) “pesadão” (fortemente armado). Estava irada porque antes dos assaltos nunca teve ficha suja, nunca cometeu outros crimes e teve a pena maior que os demais comparsas e nunca foi CHEFE de nada, e isso tudo foi um devaneio da polícia e imprensa naturalmente por falso testemunho dos comparsas contra ela.
**Na época dos assaltos a caminhões de cargas, DIONE usava cabelos louros.
DIONE diz com tristeza no olhar que não se orgulha dessa história. Que 01 ano na vida do crime lhe rendeu 41 anos de prisão...”.

*TRECHOS DA ENTREVISTA COM JESSICA BORGES CABEÇO

“...Pressionada, e com medo de ser pega, além do medo de perder seu grande amor, JÉSSICA pondera com X, que não abre mão de que ela leve a droga, e insiste com JÉSSICA dizendo: “Amor, sei que você está com medo, mas fica tranqüila, põe na rosadinha (partes íntimas/vagina) que você consegue passar”, e JÉSSICA acaba levando a droga e sendo presa”.


*TRECHOS DA ENTREVISTA COM JAQUELINE RODRIGUES

“...Dona de lindos olhos azuis, LADY, é o vulgo (apelido) que lhe foi dado pelo Delegado que efetuou sua prisão. Ela só assaltava residências de luxo vestida como uma LADY. Sua especialidade era jóias, dinheiro e moeda estrangeira. Nada de bagatela. Ela tinha pavor de ser presa por causa de um vale transporte e uma carteira de velhinhos com “merreca” dentro.
Mulher forte e altamente persuasiva. Prende sua atenção, e para de falar se você divide sua atenção com outros”.

*TRECHOS DA ENTREVISTA COM LUCIANA CAMPOS TAVARES

“...LUCIANA me disse a seguinte frase: “Senhora, a gente não deita de baixo de um homem sem saber o que ele faz, sem saber da vida dele. Pode quem quiser falar, mas não acredito porque eles falam. Posso dizer que o meu relacionamento com ele me apresentou o mundo do crime, porque eu não usava drogas e ele me ensinou a fumar maconha. Eu não cheirava pó porque fere o nariz, mas usei todo tipo de outras drogas – ecstasi, crak, loló, mas eu fui ser traficante por desejo próprio. Eu queria ter PODER”.
...
Pensei também que DEUS olhava muito por LUCIANA, porque ela escapou de 3 sentenças de morte, salvo se eu tiver contado errado: Escapou dos tiros dentro do mato, escapou do julgamento do tráfico e escapou de ser entregue ao “alemães” (inimigos de facção contrária). Qual seria a próxima sentença de morte de LUCIANA?
....
LUCIANA me disse que a vida lhe tirou quase tudo, mas teve um momento em especial que o seu mundo desabou, foi quando ela descobriu ....”

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