Foto: Reuters / Sérgio Moraes

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Questões sobre o toque de recolher em Contagem - MG

Comerciantes reabrem as portas após o toque de recolher ser suspenso pelos próprios traficantes mesmo com a ocupação da Polícia Militar. Diante a obediência civil ao comando do crime, indiferente aos esforços do policiamento no bairro, é relevante questionarmos o que causou essa falta de credibilidade na proteção policial. A atividade policial é essêncial em vários aspectos, sobretudo na economia. Quase um terço da projeção de faturamento do comércio local ficou comprometido pela insegurança inerente às ações do tráfico e paralelamente à falta de sensação de segurança com a resposta policial. É prudente questionar também o que ocorreu do ponto de vista da prevenção e repressão ao crime para que a organização criminosa local se fortalecesse ao ponto de afrontar o Estado e ferir o direito de ir e vir e o direito de trabalhar.
Quanto aos intelectuais e estudiosos da violência e criminalidade, aos gestores públicos municipais e estaduais resposáveis pelas políticas públicas sociais e a comunidade local jutamente com a polícia, cabem aproveitar a oportunidade e iniciarem um trabalho integrado e contínuo envolvendo a prevenção criminal e ações sociais.
A quebra de confiança na relação comunidade-polícia proporciona uma sensação social de abandono que leva a insegurança. Em reação natural a esse sentimento, a comunidade aceita o pacto imposto pelos agentes criminosos na expectativas de sentirem seguros enquanto obedecem. Resta a polícia ocupar novamente o seu espaço e reconstruir o sentimento de segurança que proporciona o bom funcionamento do organismo social mantendo assim também a coesão social.
André Silva

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