Foto: Reuters / Sérgio Moraes

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Comentário de André Silva: Policial despreparado não media conflitos. Cria conflitos

Realmente é um absurdo imaginar que um policial imobilizou uma criança de dez anos com uma arma de choque elétrico (pistola taser) por que ela não queria tomar banho. É ainda mais abursdo uma mãe chamar a polícia para impor limites a uma menina de dez anos que não quer tomar banho. Mais absurdo dos absurdos considerados anteriormente é a mãe autorizar que o policial utilize de força desproporcional contra sua própria filha de dez anos.
Uma mãe irresponsável e um policial despreparado sendo dominados por uma menina mimada de dez anos. Esse é um caso grave do radicalismo ocorrido nos Estados Unidos (http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2009/11/19/noticia_internacional,i=136618/POLICIAL+USA+ARMA+DE+CHOQUE+CONTRA+MENINA+QUE+NAO+QUERIA+BANHO.shtml). Certamente o exemplo brasileiro quanto à punição aos menores infratores é oposto e jamais deve ser copiado. Seria excelente se no Brasil, um policial pudesse impor sua autoridade, legalmente e dentro dos limites da proporcionalidade, quando um "menor infrator" o afronta com base no Estatuto da Criança e do Adolescente dizendo frases como"não vai dar nada para mim" ou "sou de menor e você não pode me preder".
Quando uma criança não recebe limites em sua casa, ela terá que lidar com os limites da lei no convívio com a sociedade. E quem impõe esse limite com o uso da força é a polícia. Mas, ao usar de violência, o policial deve respeitar a proporcionalidade e mais ainda, antes de optar pela violência deve-ser questionar se realmente ela é necessária.
Faz parte da função policial em uma sociedade democrática educar e mediar conflitos na comunidade em que presta seus serviços. Esse caso é um exemplo de uma bela oportunidade perdida de se mediar um conflito familiar e evitar o uso desnecessário da força contra uma criança de somente dez anos.
Imobilizar e prender uma criança de dez anos utilizando uma arma de choque elétrico, com o consentimento da mãe que acionou a polícia para obrigar a menina a tomar banho é um absurdo!! Imagina se fosse no Brasil onde crianças são "soldados do tráfico" e carregam fuzis? O que esse policial teria feito? Uma guerra?
Não defendo aqui a impunidade e nem essa imoralidade que é a "proteção" e "recuperação" dos menores infratores no Brasil. Defendo que deve-se evitar o abuso na ação policial, que revela um despreparo perigoso, e valorizar a mediação de conflitos assim como a reforma da lei brasileira que protege demais os menores infratores em impede uma ação mais vigorosa da polícia.
André Silva

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