Foto: Reuters / Sérgio Moraes

sábado, 12 de setembro de 2009

Chávez nega, mas também não convence...

10/09/2009 - 22h59
Chávez compra tanques russos e nega corrida armamentista
da Folha Online
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, cimentou uma aliança mais estreita com a Rússia nesta quinta-feira, reconhecendo a independência de duas regiões rebeldes da Geórgia alinhadas à Rússia e fechando empréstimos e contratos para a compra de armamentos. Ele negou, no entanto, que esteja engajando seu país em uma corrida armamaentista na América do Sul.
O reconhecimento da Abkházia e da Ossétia do Sul por parte de Chávez é um raro sucesso diplomático para a Rússia, que há mais de um ano tenta persuadir seus aliados a seguirem o exemplo e tratar as duas pequenas regiões como nações soberanas. Só a Nicarágua tinha concordado até agora.
"A partir de hoje a Venezuela se une no reconhecimento da independência da Abkházia e da Ossétia do Sul", disse Chávez ao presidente Dmitri Medvedev na residência do líder russo nos arredores de Moscou. Caracas vai iniciar o estabelecimento de relações diplomáticas com ambas logo, acrescentou Chávez. O resto do mundo vê as duas repúblicas como ainda pertencentes à Geórgia.
Pouco após a declaração de apoio de Chávez, Medvedev anunciou que a Rússia irá fornecer tanques e outros armamentos para a Venezuela.
"Vamos dar à Venezuela as armas que deseja. Por que não tanques? Sem dúvida temos bons tanques. Se nossos amigos os querem, vamos entregá-los", disse Medvedev após as conversas.
Nenhum detalhe sobre o acordo foi divulgado, mas a agência estatal russa RIA citou uma fonte militar dizendo que a Venezuela deve comprar cem tanques por US$ 500 milhões. Os dois países ainda anunciaram planos de um banco em parceria com capital de US$ 4 bilhões para financiar seus projetos.
A imprensa russa informou anteriormente que Chávez iria ao país tentar fechar a compra de tanques, aviões, armas --e, possivelmente, até submarinos. A RIA-Novosti informou que o contrato de US$ 500 milhões iria para a compra de cem tanques T-72 e T-90.
Desde e 2005, de acordo com RIA Novosti, o governo venezuelano comprou na Rússia armas, desde aviões de combate até fuzis, por um valor de US$ 4 bilhões.
Chávez negou que o interesse da Venezuela em armas russas seja parte de uma corrida armamentista e sugeriu que seu país pretende fazer frente a Washington.
"Anteriormente, nós estávamos em escravidão, graças às ações do império ianque, e agora o que estamos fazendo é aumentar o nosso potencial militar [...}Um bloqueio está se fechando em torno de nós", disse Chávez, em referência ao acordo em negociação para que sete bases colombianas sejam usadas por civis e militares americanos.
Chávez foi o principal opositor do acordo entre os americanos, a quem acusa de imperialistas, e o governo de Álvaro Uribe, seu antagonista ideológico na região, na reunião da Unasul em Bariloche no mês passado. Mas Uribe pediu que a discussão se estenda para todos os acordos de países da região com países de fora --o que se aplicaria até aos contratos do Brasil para compra de armamentos franceses, discutidos esta semana, conforme o governo colombiano ressaltou.
O Conselho de Defesa da Unasul deve se reunir no próximo dia 15 em Quito para discutir a implementação das medidas de salvaguardas para os países vizinhos em relação ao acordo americano com a Colômbia, mas a reunião deve novamente ser palco de debates sobre os acordos militares de maneira geral.
Fonte: Folha On Line

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